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quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Pitbulls on Crack - Capítulo 9 - Saudade dos Amigos e das Risadas - Por Luiz Domingues

Com a minha saída, os meus colegas ficaram chateados, é claro. Éramos uma banda unida desde a sua criação em janeiro de 1992, sem mudanças na formação, e isso é um fato raro para qualquer banda.

Mas apesar de ter sido desagradável, a minha saída foi amena e o nosso relacionamento de amizade fora tão bom, que eu prontifiquei-me a indicar um substituto e dessa forma, haviam dois alunos meus preparadíssimos para assumir o meu posto e ambos com forte ligação com a própria banda: Marcos Martines e Ricardo Schevano. 

Ambos culminaram em participar, em épocas diferentes, é claro, sob uma continuidade que o Pitbulls on Crack teve após a minha saída. 

Eu soube que a banda fez shows em 1998 e 1999, mas naquela estratégia que avistava-se quando de minha saída em 1997, ou seja, ao estabelecer uma volta às pequenas apresentações em casas noturnas do circuito underground.

O Deca abraçou a ideia do Sidharta, mas permaneceu no Pitbulls on Crack em paralelo, pois gostava daquela sonoridade e mesmo com a banda a voltar para um estágio anterior na carreira, ele não importou-se em tocar em casas pequenas e mal estruturadas, novamente. 

Louvo essa determinação dele e também de Chris e Pastor, é claro. Eu não sabia precisar a data em que a banda encerrou atividades oficialmente, pois não acompanhei mais, desde que saí em 1997, até que fui informado a posteriori pelo Chris Skepis.

Foto do último show do Pitbulls on Crack, em 17 de janeiro de 2005, sem a minha presença naturalmente, mas a contar com o meu ex-aluno, Ricardo Schevano, no baixo, e a usar um Rickenbacker de cor "Fireglow" igual ao meu, mas com a diferença do meu ser do modelo 4003, e o dele, 4001. Foto de Patrícia Cecatti e pertencente ao acervo de Chris Skepis  

Segundo o Chris, a banda manteve-se viva até meados dos anos 2000 e fez o seu último show oficial no Manifesto Bar, de São Paulo, em 17 de janeiro de 2005, com Ricardo Schevano, meu ex-aluno e já a atuar paralelamente no "Baranga", ao baixo.

Depois disso, soube que o baterista, Juan Pastor, ingressara em uma banda orientada pelo Punk-Rock, que fez certo sucesso no meio underground, mas ele prosperou para valer, foi como radialista e produtor de TV. 

Ele já tinha obtido uma grande ascensão na Rádio 89 FM, durante os anos mais proeminentes do Pitbulls on Crack, quando chegara em um patamar em que tornou-se um alto funcionário administrativo, a acumular cargo como locutor e ainda por cima, por ter emplacado um personagem cômico que tornara-se um enorme sucesso da emissora, o "Pepe Gonzalez", ao estabelecer um sucesso mastodôntico, visto que a rádio ostentava uma audiência monstruosa, ao brigar no topo de cima no ranqueamento das mais ouvidas, em todas as medições oficiais de mercado, incluso o famoso, "Ibope".

Não admirei-me em nada, pois o seu talento como redator de humor, sempre foi natural. Ele foi um dos três humoristas do Pitbulls on Crack, que eu citei o tempo todo, ao longo da narrativa sobre a minha história com essa banda. 

Depois o vi citado na equipe de produção de vários programas de TV, onde ele embrenhou-se, até tornar-se produtor do programa, humorístico, "Pânico na TV", quando alimentou os atores/cômicos com muito texto engraçado, que veio de sua imaginação satírica, nata. 

Nos dias atuais (2015), está como produtor do Programa da apresentadora, Sabrina Sato, na Rede Record de TV. Reencontrei-o através da Rede Social Orkut, em 2010, e mesmo que falemo-nos pouco atualmente, tenho-o como um bom amigo.

O Deca, teve aquele pouco tempo com o Sidharta (já tudo devidamente relatado no capítulo específico sobre tal banda), mas encontrou-se mesmo foi no "Baranga", banda onde entrou em 1999, mais ou menos, e que segue até hoje, sob uma carreira sólida, formatada por muitos shows e cinco CD's lançados, até aqui. 

Nessa banda ele é feliz a tocar Rock'n' Roll visceral, estilo "AC/DC", sem limites e onde costuma extravasar toda a sua energia Rocker, primordial.

E sobre o Chris Skepis, ele seguiu bem e com quem falo esporadicamente, embora ele viva a brigar comigo porque devo-lhe uma visita, faz anos. 

Depois do Pitbulls on Crack, eu soube que ele montara uma outra banda autoral, no estilo do Punk-Rock mais visceral e com a presença, de duas belas garotas, respectivamente no baixo e na bateria. Tal banda foi batizada como: "Gutter Cats", sob uma clara alusão a uma canção clássica do repertório do Alice Cooper, mas posteriormente, com a saída de uma garota e entrada de um rapaz, foi rebatizada como: "Final Fight"  

Em 2007, ele convidou-me para integrar uma banda "tributo" ao Alice Cooper, artista que ambos adoramos etc. 

Entretanto, a minha vontade para tocar em shows cover, que nunca foi boa, esteve ainda menor nessa fase, e eu declinei do convite. Soube que seria um projeto amparado por uma produção enriquecida e que os shows que realizou a posteriori, foram bem produzidos, ao incluir truques cênicos usados pelo Alice Cooper, verdadeiro, portanto, ele deve ter divertido-se muito, mas não deu para eu fazer parte, simplesmente.

Por volta de 2008, o Chris Skepis convidou-me para um novo trabalho autoral e desta feita seria uma banda centrada no Rock Progressivo clássico, ao estilo do trabalho do "Gentle Giant", banda que também adoramos, ambos. 

Foi muito boa a proposta e eu teria aceitado com prazer, mas estava a atuar com o "Pedra" na ocasião e não fazia sentido abraçar um outro trabalho autoral em paralelo. Foi uma pena! 

Quando eu entrei para o mundo digital, enfim, em 2010, ele foi um dos primeiros que descobriu-me na rede social, "Orkut", e bombardeou-me com links para se baixar discos pirata de artistas das décadas de 1960 & 1970, que adoramos. Ele deve ter milhares de CD's baixados, assim como DVD's com shows e mesmo antes da Internet popularizar-se, a sua coleção com fitas VHS e discos piratas de vinil, já se mostrava como impressionante. 

Tremenda figura do bem, o Chris é um eterno Rocker, com quinze anos de idade pelo seu ímpeto e eu admiro muito essa capacidade dele, para viver vinte e quatro horas por dia, a experimentar esse sonho lúdico e isso certamente é o fator preponderante para não deixá-lo envelhecer, jamais.

Fora a nossa paixão mútua pelos seriados do Irwin Allen, especialmente, "Lost in Space". O Robot, Will Robinson e o Dr. Smith, são nossos ídolos em comum. 

A minha última notícia sobre o Pitbulls on Crack, veio em 2011. O Deca enviou-me um E-Mail, a dizer-me que um produtor estava a oferecer-nos a oportunidade para bancar a produção de um show e da gravação de um novo disco da banda, se todos os membros originais aceitassem participar. 

O Pedra estava com suas atividades encerradas e eu ainda não havia ingressado na banda, Kim Kehl & Os Kurandeiros, tampouco assumido com Ciro Pessoa & Nu Descendo a Escada, portanto, poderia até pensar na possibilidade, por que não?

Não saí do Pitbulls on Crack em 1997, por problemas particulares decorrentes de alguma questão de relacionamento com nenhum dos outros componentes, pelo contrário, sempre dei-me bem com os três colegas. 

No entanto, eu desconfiei da história do enigmático produtor. Com cinquenta e um anos de idade na ocasião, acreditar em mecenato no Brasil já seria inviável, e assim, com todo o respeito, quem investiria no Pitbulls on Crack, tantos anos depois? 

Não paguei para ver e disse ao Deca que não estava interessado e dei-lhe o motivo, no que, ele também experiente, concordou. Bem, não aconteceu nada, como foi esperado e foi melhor assim, para ninguém frustrar-se em aventurar-se com uma proposta vinda de uma pessoa que ninguém sabia quem realmente era e pretendia.

Sendo assim, reta final dessa etapa de meu relato sobre uma importante parte da minha carreira. Antes de encerrar o capítulo do Pitbulls on Crack, aproveito para dizer que tanto quanto diverti-me, naqueles quase seis anos em que fui membro dessa banda, diverti-me também em escrever essa história, ao relembrar muitas passagens, com bons momentos e também os maus (poucos, ainda bem), condizentemente absorvidos, como aprendizado. 

O Pitbulls on Crack surgiu na minha vida em um momento que foi crucial em três aspectos:

1) Pelo aspecto artístico, por eu estar em um momento sob transição da carreira. Em uma primeira análise, saliento que estava há mais de dois anos sem ser membro oficial de uma banda naquela ocasião e após embrenhar-me em diversos projetos que não lograram êxito, precisava focar novamente em algum trabalho autoral.

2) Sob uma segunda abordagem, pesara o fato de eu estar a precisar de uma nova estratégia de carreira. Formar uma banda sob teor Hard-Rock, nos moldes d'A Chave do Sol, teria sido a solução mais lógica, mas além de querer mudar, para buscar novos ares na carreira, houve a necessidade de estar antenado nas mudanças que a época apresentou. Portanto, a proposta do Pitbulls on Crack na direção do "Indie Rock", mesmo ao não ser de meu agrado natural, poderia prover a necessidade que eu aventara em buscar um outro espectro artístico.

3) Não é o caso aqui para esmiuçar, mas logo no início de 1992, eu tive um problema pessoal que derrubou-me emocionalmente e coincidiu precisamente com os primeiros passos do Pitbulls on Crack. 

Não nego, que mediante essa euforia inicial e o fato dos elementos da banda serem humoristas natos, ajudou-me de uma maneira absurda a superar o problema. Eles não sabem, mas foram terapeutas ocupacionais fantásticos para sanar o meu caso. Portanto, por esse lado, tenho também um carinho pelo Pitbulls on Crack, principalmente no seu período inicial, entre 1992 e 1993.

Ao ir além, tenho orgulho dos primeiros momentos, pois tivemos a humildade de começarmos na estaca zero, a tocarmos em lugares inóspitos e realizarmos shows em autênticas pocilgas, sem estrutura.

A banda teve muitas oportunidades alvissareiras a seguir. Ao pensar bem, foi a banda onde estive, que mais teve chances boas com apoio no rádio, shows perante multidões e com produção peso-pesado, apoio na TV etc.

Portanto, agradeço por cada chance que tivemos nesse sentido, ainda que isso não tenha catapultado-nos para voos maiores, rumo ao mainstream. 

Por outro lado, ao estabelecer a reflexão fria de consciência, ao termos feito a opção por cantar durante a carreira toda em inglês, automaticamente anulamos assim as oportunidades recebidas, não foi mesmo? 

O Chris argumentava que para ele que morara em Londres por anos, e falava inglês com sotaque britânico perfeito, era muito mais fácil compor em inglês e nós aceitávamos tal argumentação passivamente, sem ao menos pensar em um contra-argumento mais racional para fazê-lo entender os meandros do show business que apontavam para um outro tipo de estratégia gerencial.

Esse foi nosso erro ao meu ver, pois as canções eram boas, com potencial Pop e se talvez fossem formatadas em português, poderiam ter tido outra sorte. 

Nenhuma banda daquelas que cantavam em inglês, da cena de 1992, e com as quais tocávamos no mesmo circuito, conseguiu nada com essa predisposição e de fato, quando Os Raimundos chegaram ao mercado com aquele festival de palavrões e insinuações sexuais, explodiu, ao dizimar a chance de quem cantava em inglês. Foi uma mera questão de tempo para surgirem bandas como os Mamonas Assassinas e o Baba Cósmica, para citar apenas duas, que atropelaram as demais com as suas escatologias infantiloides.

Por outro lado, mesmo que o Pitbulls on Crack colocasse-se como "Indie" e leia-se esse tal de Indie como um mero continuísmo da cartilha do Punk-Rock e do Pós-Punk, eu por meu sistema de crenças genuinamente Rockers, jamais faria a minha parte de uma forma tosca. 

Ao criar linhas de baixo mais sofisticadas, automaticamente tirei o ranço punk das músicas e isso aproximou mais o Pitbulls on Crack do Glitter-Rock setentista. Daí a perceberem algo setentista no som, foi uma questão de pouco tempo e o som da nossa banda se nunca foi sofisticado, ao menos entre os ditos entusiastas da cena Indie, ficou diferenciado.

Bem, infelizmente os erros estratégicos (cantar em inglês, sobretudo), fizeram com que as tantas boas oportunidades fossem perdidas e ao final, a banda pôs-se a perder as suas forças. 
O Chris Skepis é um tremendo de um Rocker. Gostamos de tudo do Rock clássico das décadas de 1950/1960/1970 e a nossa pequena divergência sobre o movimentação Punk, não abala jamais a nossa amizade.  
De resto, foram seis anos com risadas ininterruptas.
O Deca é outro sujeito com espírito leve e que tem uma capacidade para improvisar piadas, incrível. Como guitarrista, a sua predileção é o Rock'n' Roll visceral e ao vivo, a sua performance sempre foi ensandecida, a chamar a atenção, muito positivamente.
Muito humano, Deca sempre foi gentil e disposto a auxiliar a todos, sem medir esforços. O Juan Pastor também fora um humorista nato. O seu espírito bem-humorado sempre contribuiu para nos manter sem tensões na parte interna da banda.
Graças aos seus contatos midiáticos, o Pitbulls on Crack obteve muitas chances e arrisco dizer que sem ele, teria sido tudo muito diferente e mais difícil.
No ano de 2013, eu consegui resgatar um áudio de uma música inédita e registrada ao vivo durante um programa na 89 FM, em que apresentamo-nos e com a produção do Site/Blog Orra Meu, um promo foi preparado para o YouTube. Trata-se da música: "On the Rocks", peça nunca gravada oficialmente em disco e neste caso, sob uma versão acústica. 

https://www.youtube.com/watch?v=C2eMt8SW_zo
Acima, o link para assistir no YouTube

Uma reportagem póstuma sobre o Pitbulls on Crack, aconteceu em 2013, quando o jornalista, Tony Monteiro, ao representar a revista Roadie Crew, propôs-me uma entrevista para resgatar a história da banda. Tal questionário também foi enviado ao Deca e nós dois concedemos as respectivas respostas, para alimentar tal entrevista.

Matéria com o Pitbulls on Crack. Revista Roadie Crew, número 183, de Abril de 2014/Página 30. Assinada por Antonio Carlos Monteiro. Responderam pela banda: Deca e Luiz Domingues
Hora para falar das pessoas que auxiliaram-nos nesses anos todos, a começar pelas que contribuíram, externamente.
Em 1992...   
Tatola, Fábio Massari, Luiz, Edgard, Carolina, Ana e toda a equipe da emissora, 89 FM de São Paulo.
Gastão Moreira; César Cardoso e demais amigos da MTV.
Os “freaks brothers do telhado”, no primeiro estúdio onde ensaiávamos...
Benjamim, pelas filmagens psicodélicas realizadas em vários shows da fase inicial da banda, mas que infelizmente foram perdidas (não por culpa dele).
Maura Cardoso, pelas fotos.
As amigas Lúcia (que tornou-se esposa do Chris posteriormente, e é mãe do seu filho: Brian Skepis), Yara, Sheyla e tantas outras amigas que muito prestigiaram a banda em muitos shows nesse ano e nos posteriores.
José Reis e Luiz Gustavo, que foram nossos primeiros roadies e logo mais falarei sobre ambos, mais detalhadamente.
Em 1993:
Vagner Garcia, pela gravadora Eldorado.
Tatola, Ricardo, Denise e Fábio Massari pela produção executiva do álbum coletânea: “A Vez do Brasil”, em parceria com a gravadora Eldorado.
Carlos Eduardo Miranda, pela produção em estúdio, Beto Machado e Érico Rondon, pela operação de mesa na captura e mixagem e toda a equipe do estúdio Be Bop. Érico Rondon e Carlos Freitas, pela masterização no estúdio Cia de Áudio. Rui Mendes e Michel Spitale, pelas fotos e lay-out de capa/encarte e Fabio Cobiaco, pela ilustração da capa.
Osmar Santos Junior e equipe da Brasil 2000 FM.
No ano de 1994...
Jefferson, empresário: grato pela sua tentativa!
Kuky Sanchez e demais componentes do “The Pills”.
David Brasil e equipe de filmagem do clip de “Under the Light of The Moon”.
Gastão Moreira e toda a equipe da MTV pela produção do especial: “Peso Local”.
Aos filhos do governador Luiz Antônio Fleury Filho, que criaram o festival beneficente no Ginásio do Ibirapuera em que participamos.
Jason Machado, por criar o fã clube do Pitbulls on Crack e doravante mantê-lo, com um grau de entusiasmo impressionante.
Aos meus alunos e à turma de Jason Machado pela fantástica ajuda para massacrar a 89 FM com pedidos telefônicos ao visar executar a nossa música, “Under the Light of the Moon”, em sua programação diária
Elizabeth "Tibet" Queiroz, André “Pomba" Cagni e Eric De Haas, pelas oportunidades de shows.
O amigo Ítalo Robson Marchezini, do estúdio Spectrum, onde ensaiamos com muita mordomia, a partir de 1994, até o meu fim na banda. E para fazer um trocadilho que ele deverá entender bem ao ler esta citação: o Ítalo é um homem do Brasil...
Jerome Vonk e Alê, pelo quase acerto com a gravadora Roadrunner.
Revista Rock Brigade, por incluir-nos na festa de aniversário de sua centésima edição.
No ano de 1995:
Roy Cicala, pela oferta tentadora, pena que não reunimos condições para concretizá-la, mas por algumas semanas sonhamos em alcançar, através de suas mãos hábeis no manuseio dos botões de uma mesa de mixagem & gravação, atingirmos a nossa: "Fame, fame, fame, fame, fame"...
Aos meus alunos e Jason Machado, que mergulharam de cabeça no projeto do festival: “Dominguestock!
Sérgio Hinds, Rodrigo e Victor Martins e toda a equipe da gravadora Velas/Selo Primal, pelo apoio inicial e que estender-se-ia decisivamente pelo ano de 1996, também.
Geraldo D’Arbilly e o dono do estúdio em Santo André-SP, pela imensa boa vontade para tentar trabalhar e pela compreensão no desfecho que essa história teve. Que pena que não deu certo, Geraldo, eu adoraria ter trabalhado contigo e a sua opinião sobre o trabalho da turma de Winwood/Capaldi & Wood, marcou-me para sempre: “O Traffic é uma caixa de bombons finos”, também acho...
Em 1996:
Ítalo Robson Marchezini, Alcir Gonçalves Lasneau, Luiz De Caro e Marquinhos Almada, pelo estúdio, camaradagem e apoio geral na produção do CD “Lift Off”.
Johnny Boy, Marcus Rampazzo, Will Carrara, Ricardo Confessori e Ivan Busic, músicos fantásticos que abrilhantaram o nosso disco com as suas participações especiais!
Toda a equipe da gravadora Velas/Selo Primal, a citar-se novamente, Rodrigo e Victor Martins; Sérgio Hinds e para acrescentar agora: Ivan Lins, Alexandre Madeira, W. Perna e demais funcionários do escritório, incluso, Toni Peres Rodrigues, que já era meu amigo antes.
Marina Yoshie, pelo trabalho extraordinário como webdesigner, desenhista; artefinalista e responsável por toda a concepção do visual do CD e do aparato incrível de promoção que o acompanhou. Como se não bastasse, Marina foi, entre 1994 e 1997, uma entusiasta da banda, por vê-la ao vivo inúmeras vezes e a sua frase emblemática sempre foi: “o som de vocês é contagiante”...
Meu muito obrigado aos “Monges”, uma incrível confraria que muito auxiliou-nos em ações de divulgação. Grato Emmanuel Barreto, Helder Pomaro, Nathanael, WagnerBaiacu”, Betina,Cabelo e outros cujos nomes e apelidos não recordo-me ao certo, mas sintam-se todos agradecidos, igualmente.
Aos meus alunos, o meu famoso exército de “Neo-Hippies”, que nesse ano de 1996, em específico, trabalhou muito em ações de divulgação e na produção das latas que continham o aparato de marketing do nosso CD, mas que na verdade desde que eu anunciei que entrara nessa nova banda chamada: Pitbulls on Crack, em janeiro de 1992, até o dia em que saí, apoiaram-nos com entusiasmo sem igual.
Meu velho amigo, Carlos Muniz Ventura que tanto apoiou trabalhos anteriores que fiz (A Chave do Sol e A Chave/The Key), por mais uma vez trazer seu click para ilustrar capa e encarte de um outro disco meu, no caso o CD “Lift Off”.
Ao professor, Wilton Azevedo, por assinar um micro texto a citar a sua impressão sobre a Pop-Art sessentista, no libreto que acompanhou o Kit de lançamento do CD.
Marcelo Rossi por fotos ao vivo.
Ao bom amigo, Alex (in memorian), ex-baixista do “Proteus”, e que muito ajudou-nos no momento decisivo da divulgação do CD.
Em 1997...
Evon Patrocínio, pela sempre boa vontade em incluir-nos no festival, “Sintonia do Rock”, do Centro Cultural São Paulo.
Rodrigo Hid, pela rica participação a tocar piano e Mini-Moog em um show que realizamos no Centro Cultural São Paulo, nesse ano, mas também por não esquecer da sua presença no show de lançamento do disco, ao final de 1996.
Durante o tempo todo, entre 1992 e 1997:
O jornalista Antonio Carlos Monteiro, popular Tony Monteiro, sempre apoiou-nos de uma maneira integral. Ele era (é) fã confesso desse trabalho e isso muito alegra-me, pois além dele ser um crítico superb, foi um dos poucos membros da mídia a enxergar méritos artísticos nessa banda. Sou-lhe grato por isso!
Familiares:
Aos familiares dos componentes do Pitbulls on Crack: Maura Cardoso, esposa do Deca naquela ocasião, receba o meu muito obrigado pelas fotos, em vários momentos, além do apoio em geral.
Aos pais do Juan Pastor: jamais esquecer-me-ei do pai do Juan Pastor, ao falar com aquele sotaque espanhol, carregado: -"Fenomenales! Usteds son um verdadero espetáculo! Son mejores que los Beatles!").
Eliane Aronson, esposa do Chris Skepis nessa época e Denis Skepis (irmão do Chris).
Ana Cristina, minha irmã, e minha mãe, naturalmente...
Hora de falar dos que participaram diretamente da banda como membros da nossa equipe técnica:
Luiz Gustavo
Luiz Gustavo é o rapaz sentado no degrau mais baixo, isoladamente. Foto de 1994, acervo e cortesia de Jason Machado

Luis Gustavo, foi um outro aluno meu que transitou na órbita do Pitbulls on Crack, mas diretamente, a atuar como roadie, desde os primórdios em 1992, até 1994. 

Menino humilde e bastante prestativo, detinha uma pequena experiência por ter atuado como roadie, quando forneceu suporte a bandas obscuras do circuito indie. Também foi solícito e muito útil em todos os shows que esteve conosco, portanto agradeço-lhe

Marcos Martines
Na foto acima, Marcos Martines estava a viajar com a comitiva do Pitbulls on Crack para o Rio de janeiro, na poltrona da "janelinha", ao lado de Juan Pastor, em foto de 1994
 
Um dos meus melhores alunos em 1992, Marcos Martines trabalhou diversas vezes como roadie da nossa banda e teve participação como músico, ao substituir-me em 1997, assim que deixei o Pitbulls on Crack. Nos anos 2000, tornou-se produtor de rádio, também, tendo sido assistente do Tatola, na emissora Brasil 2000 FM. Toca regularmente até os dias atuais, sendo um grande músico.

Ricardo Schevano
Mesmo caso de Marcos Martines, Ricardo Schevano foi meu aluno, ajudou muito em ações de divulgação, foi roadie em 1996 e 1997 e tornou-se baixista da banda, no pós-anos 2000, sob uma continuidade que eu não acompanhei mais. Músico excelente, hoje é coproprietário do estúdio, “Orra Meu” e toca nas bandas: “Baranga” e “Carro Bomba”.
Antonio Peres Rodrigues, o “Toni”
Em foto de janeiro de 1997, nas dependências da emissora Brasil 2000 FM de São Paulo, da esquerda para a direita: Eu (Luiz Domingues), Deca e Toni Perez Rodrigues. Click, acervo & cortesia de Myrna Zapata
 
Guitarrista & vocalista do grupo Heavy-Metal, “Essex” e irmão de meu aluno, Alexandre 'Leco" Peres Rodrigues, Toni gravitava nas minhas aulas desde 1992, mas só envolveu-se com o Pitbulls on Crack para valer, ao final de 1996, quando tornou-se roadie e também funcionário da gravadora Velas/Selo Primal. Ele mantinha um estereótipo como headbanger radical, mas eu sabia que no fundo, era um tremendo de um amigo bacana. Sou-lhe muito grato por trabalhar como roadie, e também na produção da famosa "lata"...

Jason Machado
Como seria possível agradecer uma persona como Jason Machado? 
Ele entrou na nossa vida em 1994, comandou o fã-clube da banda, tornou-se roadie e incentivador-mor. 
Meu muito obrigado por todo o seu empenho, de 1994 até quando eu saí, em 1997. Os seus esforços foram incansáveis para divulgar e empurrar a banda para a frente, quando escalou até familiares seus (a sua própria avó, incrível!), para tarefas em prol da banda, caso dos históricos telefonemas disparados para a 89 FM, no ano de 1994. 
Como se não bastasse tudo isso, ao lado do Chris Skepis, ele ajudou-me muito com lembranças que escapavam-me e que acrescentei neste texto autobiográfico, além de fotos valiosas e raras que estão publicadas nos meus Blogs dois e três.
José Reis Gonçalves de Oliveira
José Reis à direita e Deca à esquerda, a apontá-lo, em foto de 1996
Agradeço ao José Reis Gonçalves de Oliveira, o popular "Zé Reis", meu ex-aluno e amigo eterno, por ter acompanhado desde o primeiro ensaio, todos os passos do Pitbulls on Crack. 
Ele foi roadie, amigo de todas as horas, ajudou-nos inúmeras vezes em vários aspectos, e deu muitas risadas conosco em camarins, coxias de teatros e outras tantas ocasiões. 
O murro que ele desferiu boca de um inconveniente idiota que tentava vandalizar o nosso show em 1992, na casa de shows “Broadway”, ainda deve doer no maxilar daquele garoto incauto. 
Amigo de todos os componentes e não só meu, tornou-se um companheiro do Chris Skepis em conversas sobre Fórmula Um, uma paixão mútua de ambos. 
Sou-lhe grato eternamente pelo apoio incondicional em diversos aspectos, até em aspectos extra-musicais, incluso socorro mecânico em momentos de sufoco com os meus combalidos bólidos nessa época.
E agora, falo sobre os companheiros dessa jornada de minha carreira:
Juan Pastor
O Juan Pastor também era (é) um humorista nato. As suas brincadeiras sempre deixavam qualquer ambiente fantasticamente leve. Fanático pelo São Paulo FC, ele adorava provocar-me e naquela fase, Palmeiras e São Paulo estavam ambos com times muito fortes e disputavam com proeminência todos os títulos do futebol. 
Graças aos seus contatos, o Pitbulls on Crack teve muitas chances e arrisco dizer que sem ele, teria sido tudo muito diferente e muito mais difícil. 
Sou-lhe grato pelo companheirismo, dedicação, pelas inúmeras portas que abriu graças aos seus contatos e generosidade em ofertá-los. Torço para que continue sendo muito feliz ao lado da esposa, filhos e na carreira como produtor de TV e rádio, na qual avançou e tornou-se muito bem-sucedido.
Deca
O Deca, que tem o apelido de “Luciano” (brincadeira!) é um outro amigo de espírito leve e que tem uma capacidade para improvisar piadas, incrível. 
Quando juntava-se ao Chris e ao Pastor, eles se pareciam com "Gremlins" que transformavam-se em humoristas. 
Como guitarrista, a sua vocação é pelo Rock'n' Roll visceral e ao vivo, a sua performance é selvagem, com qualquer coisa a poder acontecer. 
Muito humano, sempre foi solícito em ajudar qualquer pessoa com a máxima boa vontade em qualquer circunstância. Tem uma bondade enorme e sempre foi muito solidário. 
Deca continua com tudo a atuar com o seu “Baranga”, a fazer da sua guitarra Fender Stratocaster, sandices cênicas e a provocar belezas sonoras. Nem mesmo Ritchie Blackmore azucrina tanto com uma Stratocaster em cena, como o Deca o faz, normalmente. 
Espero que essa performance ensandecida perdure por muitos e muitos anos.
Chris Skepis
O Chris Skepis é um tremendo de um Rocker. Gostamos de tudo do Rock a envolver as décadas de 1950/1960/1970 e só discordamos no quesito da "revolução" punk, na qual ele considera sincera e eu, uma farsa mercadológica que produziu estragos irreparáveis. 
Mas fora essa divergência, divertimo-nos muito ao falarmos sobre incontáveis artistas que gostamos, Irwin Allen, e tantas outras predileções que temos em comum. 
Em quase seis anos de convivência, só indispus-me com ele uma vez, quando irritei-me com uma questão ocorrida em 1995, mas que hoje eu sei que fora uma mera falha de comunicação, pois ele não fora culpado pelo mal-estar gerado em si. 
De resto, foram seis anos vividos sob risadas ininterruptas. É o amigo mais bem-humorado e espirituoso que eu conheci na vida (o Nilton César "Cachorrão", também é assim). 
Somos amigos e uma hora eu vou visitá-lo. É uma vergonha (eu sei), mas eu só fui conhecer o seu filho nascido em 1999, na exposição do David Bowie, em 2014, e que chama-se: Brian Jones Skepis (o menino tem esse nome, adivinhe por que, leitor). 
Falamo-nos regularmente e eu estou no aguardo de mais material inédito que ele está a procurar em seus baús e que assim que disponibilizados, vão diretamente para os meus Blogs e YouTube, certamente para enriquecer a memória da nossa banda. 
“Salvatore, Penitenziagite, stupido, stupido!” Eis aí uma frase contida no livro: “O Nome da Rosa”, de Umberto Eco, que acompanha-nos por anos e da qual não vou explicar o significado ao leitor... mas que trata-se de um código secreto nosso, que nem Dan Brown saberia explicar...
É isso...
Tenho uma lembrança muito forte desse período de minha vida em que trabalhei com o Pitbulls on Crack, e espero ter passado tudo ao leitor com fidedignidade. O Pitbulls on Crack foi em linhas gerais: 
1) A banda pela qual eu atuei em que mais dei risada em seus bastidores. 
2) a minha aposta na contramão do que eu realmente gostava, mas que julguei ser a oportunidade para lutar na trincheira "adversária" e quem sabe achar uma brecha enfim para atingir o patamar do mainstream. 
3) A banda em que atuei, onde mais tive chances no mundo mainstream, por incrível que pareça. 
4) A banda que deu-me o impulso concreto para eu voltar a buscar o fio de meada perdido de meus objetivos mais remotos de cunho sessenta-setentistas, rompidos indevidamente, apesar de ter sido uma plataforma inadequada para tal tipo de resgate, certamente. 
Espero ter fornecido dado aos fãs do Pitbulls on Crack, um painel claro do que foi a carreira dessa banda, ainda que sob minha particular visão e que fique claro, trata-se de minha autobiografia e não a história oficial da banda. 
Muito do material de vídeo e fotos desse trabalho, foi perdido, lamentavelmente. Mesmo assim, tenho esforçado-me para arregimentar o máximo possível e disponibilizar através da Internet. 
Está encerrado esse relato de uma etapa de minha carreira, que escrevi com muito carinho. Daqui em diante, a história na minha autobiografia segue com a criação do projeto: “Sidharta”. 
Muito obrigado ao Pitbulls on Crack!